PS Vila Verde. Uma História de Luta pela Liberdade


Em Vila Verde não se demorou mais do que uma semana depois do 25 de abril de 1974 para que nascesse e se sediasse pouco depois na Praça da República por quatro décadas a secção de Vila Verde do Partido Socialista.
Uns quantos opositores ao anterior regime estiveram na sua génese – Martins Costa, António Estrada, Aristides Couto e o Augusto Faria (Tuta) foram o rosto do PS em Vila Verde. Aliás, foi pelas mãos deste último que os primeiros militantes do PS foram filiados.
Três deles – Alberto Nídio Silva, Maria do Carmo Faria e Augusto Macedo Faria (Tuta) aparecem há muitos anos como os três primeiros militantes nas listagens referentes à secção de Vila Verde para os atos eleitorais dentro do PS, quer locais, quer distritais ou nacionais.
Pelo Verão de 1974 recebemos em Vila Verde a visita do nosso Secretário-Geral e grande figura do Portugal democrático e do país, intramuros e além fronteiras, Mário Soares, que passou por uma muito concorrida sessão solene na Câmara Municipal de Vila Verde.
A democracia fez o seu caminho, consolidou-se e há respeito generalizado pelas opções partidárias das pessoas.
E o Partido Socialista, orgulhosamente, teve uma grande quota-parte nestas conquistas, algumas dramáticas mesmo quando o país esteve perto de um conflito interno de consequências imprevisíveis com os que quiseram subter abril.
Marcante, também, na aurora da nossa democracia a visita de uma grande figura do Partido Socialista e com ligações ao nosso concelho (possuía uma residência, que usava sobretudo para férias, na nossa freguesia de Soutelo), Francisco Salgado Zenha.
Presença sempre ativa nos momentos cruciais da democracia que se corporizam nos atos eleitorais, não foi fácil a sua missão no dealbar da nova ordem institucional, num concelho muito pobre e conservador, com uma população pouco letrada e, consequentemente, sem massa crítica para poder escolher por si só o seu destino, facilmente manipulada e confundida com as orientações políticas dos partidos.
Tudo era comunista, desde que não militasse no CDS ou no então PPD. Difícil de lidar com esta situação, sobretudo no Vila Verde rural mais profundo. Episódios de se tocarem os sinos a rebate para se escorraçar os socialistas/comunistas que em paz apenas pretendiam fazer uma sessão de esclarecimento, soam a comportamentos medievais, mas que, de facto, aconteceram por esses tempos conturbados.